segunda-feira, 10 de setembro de 2007

O Dragão violeento!

_Cara que xouzaaaaasso!!! Exclamou Henrique! Foi o melhor strip que eu já vi! Melhor que o da Julinha da baixa! .
Rafael continuava calado.
_Iiiiiiii, o negócio aqui esfriou bastante!! O jeito é dá uma passada no casarão, as minina tão emburrada c’oa gente! Olha lá, tão passando direto! Ah! Mas isso passa né Rafa! Ou! Ou! Rafa, psiu, ei, ei.
Como que acordando de um transe, Rafael responde:
_Oi!! Fala fi.
_Vambora rapaiz! Aqui já deu o que tinha que dá.
_Tenho que falar com ela.
_Ela!? Ela quem?
Rafael continuava olhando o palco escuro.
_Ah!! A gostosona! Esquece rapaz! Hoje não dá! Esqueceu que ela ta na mesa do pica grossa ali? Já era.
_ Olha ela ali, que coisa linda!!
Henrique virou-se e viu a moça saindo de uma das portas perto do palco, ela passou e deu uma ligeira olhada para Rafael.
_Filhão!!! Cê viu que olhada!! Meu chapa, é paixão a primeira vista, tô te falano.
_É, mas ela ta sentando na mesa do fazenderão como eu falei, vambora fii! Outro dia cês alimentam essa paixão!! Henrique acendeu um cigarro.
Rafael ficou olhando para Henrique fixamente.
_O que?
Continuou olhando.
_Que foi?
...
_Aiaiai, qui que cê vai fazê?
Rafael levantou e encarou a mesa aonde estavam a moça, o fazendeiro e outro rapaz.
_Opa! Opa! Calma rapaz, sem bobêra, se fosse um zé mané comum tudo bem, mas o cara é pica grossa, e olha o tamanho do cara que tá com ele.
_É verdade, mas algo me diz que ela quer sair de lá, tenho que fazê alguma coisa.
_A é, e que plano você tem na cabeça?
_Ainda não sei, ia pensar no caminho daqui até lá.
_Filhote!!! Pensa com a cabeça de cima, Sossega filho, eu tenho um plano!!! Me empresta o telefone aí .

Henrique discou rapidamente um número.
_Alô? Ô filim, belê! ÉÉÉ, tá na patrulha hoje? Que pena hoje eu tô pagano! Uai, Pois é! Dá uma passada aqui! É, é, no prazerola, iiissoo! Falôôu.
_Que era?
_O Soares.
_Pra quê fii, cê tá lôco?
_Cê tem algum plano?
_Não mas eu...
_Tem um plano ou não?
_Não, caralho!!!
_Então escuta o mestre aqui!! Ainda num vi o véi indo no banheiro, ele deve tá pra ir, entra lá e espera eu te dá um toque e...
_Ce tava com telefone aí?
_Tava, mas tá sem crédito, Pelo jeito o bichão deve tá chegano aí, eu vô lá fora, e você faz o seguinte...

Passado uns quinze minutos, o senhor de chapéu pede licença a moça de cabelo curto e se dirige ao mictório, ao abrir a porta e acender a luz, dá de cara com Rafael.
_Ôpa, o sinhor dircurpa eu aí, pode usa o banhêro a vontade aí. Tô só me escondeno, sabe? Como é meu cunhado é da polícia, se ele me vê aqui ele me mata!! Ou pior, conta pra pra irmã dele.
_Como assim polícia?
_É, o portêro me avisô. Eles tão aí, parece que vão dá uma batida geral, geralmente a dona dá uma gorjeta pra eles, mas parece que a televisão taí também, aí eles tem que faze o tróço direito.
_Puta que pariu!! Disse o velho saindo depressa.
_Perái, o sinhor num ia mijá não!? Rafael disse, segurando para não rir.

Saindo do banheiro e olhando para a porta, viu os policiais, o porteiro e Henrique discutindo. Olhou para o outro lado e viu o fazendeiro e o cara que estava com ele saindo mais que depressa pelo portão que estava aberto. Henrique olhou para Rafael, fechou o portão, olhou para Rafael de novo e piscou um olho.
Rafael deu uma risada pra ele, logo depois olhou para a mesa e viu a garota de cabelo curto ainda tentando entender o que tinha acontecido, respirou fundo, e foi andando em direção a ela, sentou-se ao seu lado e foi logo dizendo.
_Estranho não, esse senhor que estava aqui saiu meio apressado.
_Pois é, respondeu a moça, ele só pagou a conta chamou o outro e saiu.
_É, medo de polícia, deve ter culpa no cartório.
_Polícia?
_È eles estão logo ali no portão, parece que vão fechar o lugar.
_Ai meu deus.
_Algum problema meu anjo?
_O problema é que eu já passei pela polícia.
_Já é fichada?
_Digamos que to meio que escondendo por aqui.
_Certo, certo, então vem comigo gata.
_Aonde?
_ Vô te tirá dessa.
_Rafael segurou na mão dela e foi andando rumo aos fundos do estabelecimento, olhou para Henrique que estava entrando com os policiais , fez um sinal passando a mão pela boca e entrou no corredor aonde ficavam os quartos.
_Filho da puta!! disse Henrique com uma ligeira cara de merda.
_E aí Henrique Vai pagá o quantas hein?Hahahaha, Perguntou o soldado Camargo, um dos policiais já sentados na mesa, rindo mostrando os dentes faltantes da linha de frente.
_Sua mãe é que vai pagá um boquete pra mim.
_Háahahahahahahaha, todos riram na mesa.
_ÒÓÓóóóóóó, disse o Soldado.
_ Brincadeirinha!! Salta uma gelada aí fia, disse Henrique sentando.
_Que que foi aquilo que cê pediu pra gente faze lá fora? Fica esperando daquele jeito? Perguntou o Cabo Soares..
_Era só pra espantá uns mal elemento que tava aqui, mas fica tranqüilo vai rolá um strip na faxa agora mesmo, vamo bebê! Henrique brindou logo depois fez aquela ligeira cara, ao pensar no que Rafael estava fazendo.

_Isso, vem eu te seguro, disse Rafael enquanto a moça descia da janela. Esse é o único quarto que não tem grade, perfeito para dá o cano, por isso elas não usam. Deu uma ligeira piscada para ela.
_Pelo jeito você conhece muito aqui, disse ela sorrindo.
_Pra fugi de um baculêjo meu bem a gente aprende muita coisa, vamo por este lado do quarterão, aí a gente sai lá na rua de cima..
_E o seu amigo?
_Ah cê reparou é? Ele se vira, já é um velho conhecido da polícia. Qual seu nome meu bem?
_Maria de Lourdes.
_Ôpa, me disse o nome verdadêro, que beleza.
_Como ce sabe que esse é meu nome verdadeiro?
_Meu bem, geralmente é Michelle, Carol, Samantha, pra ficar mais bonito, não é?
_É, mas você não é cliente.
_Nunca se sabe! Mas adoro esse nome, muito bonito.
_Brigada, disse ela olhando pra baixo, pode me chamar de Keyra, é o nome que eu uso.
_Prefiro Maria, se não se importa,
_De jeito nenhum.
_Vô vê se descolo um táxi logo ali.
_Não precisa, eu moro aqui perto.
_Ué, mas cê não é de fora?
_Sou, mas estou ficando na casa do meu namorado.
_Namorado!?

Depois daquela ligeira cara de merda que Henrique havia feito, Rafael fez uma cara, que na escala das grandes caras de merda, essa era três vezes pior...

Continua...

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